09 junho, 2007

O “velho”s careca(s) à janela e o saber enquanto toca o piano


Em África e outros continentes, o primeiro de onde podemos ter vindo todos, embora alguns acreditem de modo diferente e, talvez devido a que em algumas regiões não houvesse ou haja educação formal patrocinada pela entidade central, a necessidade de formação, educação e preparação para a vida adulta assegurada pelas regras socialmente implícitas ou explícitas transmitidas é suprida também pela tradição oral. Esta presta uma essencial função de transmissão e desenvolvimento dos instrumentos de acção social sem os quais os mais novos não poupam erros na construção das casas e famílias.

Sem respeito e apreciação pelos mais velhos, os anteriores e que já por lá andaram, seria difícil garantir a atenção que os mais novos prestam a quem gasta tempo a participar, os contos, as histórias, e as discussões que os mais novos às vezes escutam.

Por cá, em português há uma expressão popular “careca de saber” que bem descreve como a acumulação de saber e erros acontece com o viver e sentir dos anos.

Embora haja jovens “carecas” e excepcionalmente “sabedores”, serão excepções limitadas pelo tempo e experiência que esta talvez não possa ser lida, apenas vivida ou sofrida.

Assumidos jovens, de farta cabeleira, vão aprendendo, ou tentando saber como tocar o piano. Outros jovens carecas também mas satisfeitos de saber, queixosos da condição natural, procuram implantes artificiais ou não, bloqueadores.
O sol quando brilha também arde na careca.

(extracto do diário de um jovem)

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